Depois do Jornalista Inglez. haver discorrido a seu modo sobre a expediçaõ dos Portuguezes ao Rio da Prata, continua dizendo: "Nao pode haver duvida que a intrada das tropas Portuguezas no territorio de Monte-Video hé de concerto com Fernando de Hespanha, para reconquistar as colonias que conseguirao libertar-se do seu jugo. A intervenção dos Portuguezes para a escravidão de tantos milhoens de almas é um ultraje feito á liberdade geral: porem nós, como Inglezes, temos mais motivos para nos interessar neste negocio; e esperâmos que na proxima sessão do Parlamento, algum membro interrogue os ministros de Sua Magestade :1o. Sobre o motivo da viagem do Marechal Beresford ao Brazil. 2o. Se tem havido alguma correspondencia sobre a proposta invasaõ do territorio de Monte-Video: 3°. Se o Marechal Beresford; actualmente general no exercito Inglez, recebendo soldo, e tendo um regimento, veio reassumir o commando do exercito Portuguez, e se está, ou nao, authorisado para mandar reforços para o Brazil, que elle mesmo com outros officiaes Inglezes, organisara, e disciplinara ?" E vai continuando o bom Jornalista a fazer generaes, e ministros responsaveis pelo que se esta fazendo nos dominios de Portugal, como se fosse nos de S. M. Britannica! Donde se vé que o marechal Beresford esta em actual serviço de seu Rey, e querem que seja, por conseguinte responsavel ao seo governo pelo que obrar no serviço de Portugal, onde exerce o commando em chefe do exercito! Agora occorre-me uma pergunta. Diz o Evangelho que-" Nenhum servo pode servir a dois Senhores; porque, ou há de amar um, e abhorrecer o outro; ou há de zelar um e desprezar o outro." Ora o Marechal Beresford tem a El Rey de Inglaterra por seu legitimo Senhor, em cujo serviço está, e a quem deve fidelidade e obediencia imprescriptiveis, quer esteja em serviço quer nao: e também chama seu Senhor a El Rey de Portugal, em cujos dominios e serviço está empregado, com uma actividade nunca vista em tempo de paz; e com una authoridade nunca d'antes exercida por vassallo Portuguez ou estrangeiro nem em tempo de paz, nem em tempo de guerra. Como se isto pode fazer sem desmentir o texto sagrado; sem se comprometter a responsabilidade Ingleza do Marechal Beresford; nem ficarem prejudicados os interesses, a independencia, a dignidade, a soberania e honra da naçao Portugueza, hé que eu queria que me explicassem os sabios do tempo. Esta explicaçaõ dezejariaō bem ter todos os bons Portuguezes, e muito principalmente eu que son, UM PORTUGUEz d'algum dia. INDICE GERAL DO VOLUME XVII. No. LXV. LITERATURA PORTUGUEZA. Analyse da Memoria do Snr. Dr. J. M. da C. Pessoa, SCIENCIAS. pag. RUSSIA-Manifesto honroso para a cidade de Moscow.. 73 REINO DOS PAIZES BAIXOS-Mensagem de S. M. acom- panhada do Tratado de Alliança com Hespanha, e do Tratado de Paz com o Dey de Argel ....... Relatorio concernente ao Projecto da Ley para restringir a illimitada liberdade da Imprensa a cerca das Poten- pag. Falla de Mr. Canning no jantar que os Negociantes In- glezes lhe derao na Salla do Theatro de S. Carlos nas vesperas da sua retirada de Portugal Exposição do que se tem passado a respeito do Con- tracto do Tabaco desde 20 de Julho até 13 de Setem- INGLATERRA-Artigo Copiado do Public Ledger..... 107 SCIENCIAS. REINO DO BRAZIL-Officio do Cap. General de Per- nambuco agradecendo ao P. R. Ñ. S. a denominaçao ILHA DA MADEIRA-Mappa importante do receita e pag. PAIZES BAIXOS-Resumo da nova Pauta d'Alfandega, que deve começar no 1o de Dezembro de 1816......... 202 PORTUGAL-Edital da Junta da Administraçao da Com- REFLEXOENS SOBRE ALGUNS ARTIGOS DO |